quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Meu tio matou um cara, 2004

Eu tenho uma lista sem fim de filmes que começo a ver e por motivos que nem a vã filosofia pode explicar porque eu não consigo terminar de ver. Já perdi as contas de quantas vezes eu comecei a assistir A Espera de um Milagre. Nunca consegui terminar de ver, acreditam? OK, esse exemplo é ruim, não gostei do filme. Mas Armagedon, por exemplo, demorei umas seis tentativas para assistir inteiro. E gostei. Tem um outro com a Drew Barrymore, Garotos da minha vida, já sei as falas de cor dos primeiros 35 minutos. Mas nunca passei disso. A Espera de um Milagre é tanto isso que já ganhei o DVD para ver se assisto. Capaz de se exibir no cinema, e eu for assistir, ele entrar em combustão espontânea antes do final. Isso só acontece comigo?
A lista parecia crescer, até hoje. Hoje eu assisti o filme brasileiro "Meu tio matou um cara é". Ele estava nessa categoria de filmes que não conseguia acabar de ver por nada nesse mundo. Eu gostava do que via (embora ache que preferia quando não sabia o final), mas isso nunca aconteceu. Já aluguei, já comecei a ver na TV, na casa de amigos, já fiz o download. Até que por conta do trabalho, tive que ver. É um bom filme, mas, como disse, peca no desfecho apressado e preguiçoso.
Um dos trabalhos mais brilhantes de nossa cinematografia é do próprio Jorge Furtado, o filme anterior "O Homem que copiava". É um dos meus filmes preferidos por ser todo redondo, fechado, inteligente e completamente diferente do padrão que conhecemos como cinema nacional. "Meu tio" segue pelo mesmo caminho, só que desliza na execução em alguns momentos. Tem alguns diálogos inteligentes e situações interessantes, sobretudo quando nos apresenta essa família de classe média negra, com seus problemas e conflitos universais, afinal, quem não tem um tio assim?


A identificação é imediata. Tem-se a impressão que se conhece todo mundo ali há muito tempo, mérito de Guel Arraes, que assina o roteiro. O protagonista, Duca, é interessante, mas peca pela atuação sem carisma e entusiasmo do jovem Darlan Cunha. Todo o restante está bem em seus personagens, inclusive Débora Secco, numa versão mais regrada de Bruna Surfistinha. A parte ruim do filme fica por conta, além do desfecho, por conta dos romances do filme. No fundo, é o que menos interessa, mas é o que ganha mais destaque na metade final do filme e se torna uma versão melhorada (e bota melhorada nisso) de Malhação.
O mais interessante do filme é a sua edição e as diversas referências externas, fato bem comum na obra de Furtado. Outro filme que merece a atenção é Saneamento Básico.
De qualquer maneira, a melhor lição do dia é: terminar as coisas que começo. Vou tentar fazer isso daqui pra frente, menos com a Espera de um Milagre. Desse, eu acho que já desisti.


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