sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

A Estranha Vida de Timothy Green (The Odd Life of Timothy Green), 2012

Daqui a pouco vou ser chamado de mal comido. Primeiro porque eu só tenho criticado negativamente os filmes. Segundo porque são 1h50 da madrugada de sexta-feira e estou postando no blog. Bem, tenho meus motivos. O principal dele: não quero encontrar com muita gente por aí. Tenho dessas coisas. Tomo raiva de algumas pessoas e simplesmente não quero mais encontrá-las. E com outras pessoas sou de fases. Uma hora eu as quero perto, outras, bem longe. Estou numa fase mais recluso. Cheio de trabalho, acho que é a velhice. De qualquer forma, podem me chamar de mal comido, não estou nem aí, mas esse filme está longe de ser um bom filme.
Vamos à história, como cheguei até ele, pois isso influencia no que achei de bom, ao meu ver. Eu li sobre o filme por conta da exagerada reação que algumas crianças obesas americanas tiveram ao ver o filme. Elas tiveram uma reação bem diferente do que se esperava de crianças após um filme da Disney (veja aqui). Então, há aproximadamente 15 dias, em um site que eu faço downloads de filmes, eu encontrei esse filme para baixar.  Fiz e deixei quieto no meu HD. Até hoje. O que mais me motivou foi um amigo ter dito que foi uma experiência catártica. Bem, não confio muito nesse amigo. Primeiro porque algumas de suas opiniões são baseadas numa pedância rasa, onde ele venera tudo que é alternativo, independente do que seja: é xadrez e instagramado, ele é ama. Só que dessa vez, ele estava venerando um filme da Disney. Mas se ao pensar que é um filme para adultos da Disney com uma temática diferente, é possível enquadrá-lo no perfil de alternativo. Pelo menos pros padrões do conglomerado de mídia. Ah, e a fotografia é instagramadíssima.
Hoje, recebi a notícia que meu sobrinho mais novo (tenho três sobrinhos) - com o qual eu tenho uma ligação profunda - está meio doentinho. Ele tem só três anos e, apesar de minhas (des)crenças religiosas, eu espero que ele melhore. O que tem esse fato importante com o cinema? Acho que o pouco que me fez sentir apegado ao filme foi a sua conexão com esse fato: uma criança. E uma criança muito bem interpretada. Sem exageros, uma das melhores interpretações de criança no cinema. Salva todo o resto.


Era pra ser um filme para crianças, mas a temática é muito adulta. Então, prefiro falar que é um filme para adultos rasos. A história: um casal descobre que não pode ter filhos, então decide escrever as qualidades que gostariam de ter em um filho e plantar no quintal. Após uma tempestade, um estranho garoto nasce dessas anotações. Ou seja, o filho deles é uma planta. Isso parece estranho e é. Porque foi muito mal desenvolvido. Extremamente mal desenvolvido. Tudo é rápido demais e as emoções ficam superficiais, onde tudo parece ser muito normal. Ah, um filho nascer no seu quintão do meio da terra: OK. Acabo de descobrir que não posso ter filhos? Fico triste por uns segundos e depois começo a brincar de imaginar como seria meu filho (oiiii?). Mas ok, a gente supera isso, porque é para ser uma fábula. Mas aí que começa os erros do roteiro: o menino nasce sabendo tudo (tudo bem que os pais queriam um filho inteligente, mas...), exceto algumas coisas. O garoto sabe atender a campainha, mas não sabe jogar bola. O garoto sabe pintar, mas não sabe se relacionar com pessoas. Sabe o que fazer na escola,  mas não sabe brigar quando preciso. Tudo é muito incerto. E as "primeiras vezes" que poderiam render momentos divertidos são trocados por alívios cômicos desnecessários. 
Mas o pior mesmo fica por conta da superficialidade como o tema, que tem tudo para ser muito bem desenvolvido, se torna um melodrama fácil. A trama que tateia em abordar a relação de pais ausentes, a super influência dos pais nos filhos, o quão ruim é para um filho ser alvo de todos os desejos dos pais, até mesmo um complexo de Édipo (que não dura duas cenas do filme). Tudo parece sem propósito, pois é resolvido com facilidade e de maneira no modo Deus ex machina no final. Jennifer Garner (eu até gosto dessa moça) não convence muitas vezes. 


Único ponto surpreendente da história não é o fato do protagonista (Timothy) morrer no final da história, pois isso acaba ficando previsível (como todo o resto) desde o começo. Mas um protagonista, sobretudo criança, morrer em um filme da Disney. Isso sim é um avanço para o seu padrão. No mais, como disse, só me emocionei em alguns momentos pois me lembrei da minha relação com meu sobrinho. Apenas. Se não fosse isso, não tenho certeza que teria continuado a ver. Deve ser isso que meu amigo chamou de catarse. 

PS: O filme teve sua estreia nos cinemas cancelada no Brasil. Foi direto para a TV. 

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